O
AEE Para a Pessoa com Surdez
Tem
sido um grande desafio para as instituições de ensino sejam elas de ordem
pública ou privada, se adequar para o atendimento a pessoa com surdez na sala
de aula comum aliada aos paradigmas políticos que regulamentam a inclusão dessa
pessoa dentro desses espaços. Nesse sentido, faz-se necessário um olhar
diferenciado para a inclusão da pessoa com surdez, para que consequentemente se
abra um leque de possibilidades sócio-cultural e educacional e que
consequentemente venha a suprir suas necessidades educacionais de um modo
geral.
Dentro
dessa perspectiva podemos acreditar na possibilidade irrefutável da inclusão da
pessoa com surdez dentro do espaço escolar, nesse sentido garantindo seu ensino
de forma organizada, através de uma pedagogia e de uma metodologia que garanta
seu desenvolvimento intelectual, dentro de um ambiente agradável, onde haja
interação entre o aluno e o professor, e que sempre que se fizer necessário
esse professor se aproprie dos recursos e das metodologias que mais se adeque
as necessidades e especificidades do aluno.
Assim
sendo, se faz necessário o uso da “metodologia vivencial”, onde leva o aluno de
acordo com Damázio; “aprender a aprender”. Assim sendo, podemos ver essa
metodologia como sendo um norteador para o professor no sentido de favorecer o
aluno com surdez, nesse caso através de uma abordagem bilíngue ou seja do
ensino da Língua de Sinais e da língua Portuguesa de preferência na modalidade
escrita.
É
com esse pensamento que devemos organizar o AEE para a PS e promover a inclusão
através da participação efetiva desse aluno nas atividades diárias realizadas
dentro do contexto escolar, ou seja, garantindo o acesso e o uso das duas
línguas que são indispensáveis para o atendimento ao aluno. Esse atendimento é
composto de três momentos didáticos pedagógicos que são eles: o AEE em Libras,
o AEE para o ensino de Libras e o AEE para o ensino da Língua Portuguesa
escrita, como nos orienta Damazio, 2010:
Assim sendo, a organização didática
do AEE PS é realizada mediante a formação do professor e do diagnóstico inicial
do aluno com surdez. Em seguida, o professor elabora um plano AEE PS,
envolvendo três momentos didáticos-pedagógicos: Atendimento Educacional
Especializado em Libras; Atendimento Especializado para o ensino da Língua
Portuguesa escrita; e o Atendimento Educacional Especializado para o ensino em
Libras. Este plano de AEE PS deve respeitar o ambiente comunicacional das duas
línguas e a participação ativa e interativa dos alunos com surdez, assegurando
uma aprendizagem efetiva. Damázio, 2010,
p58.
O plano do AEE deverá ser elaborado de forma a
promover a harmonização dentro do ambiente educacional onde haja comunicação
entre as duas línguas, onde aconteça a interação e a participação efetiva do
aluno com surdez, objetivando e garantindo sua aprendizagem escolar.
Sabemos que linguagem oral e a fala não são determinantes
para o sucesso da aprendizagem, da mesma forma que a língua de sinais, ou seja,
ambas não são de certa forma garantia para o sucesso do ensino e da
aprendizagem. Porém, de acordo com o Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, é
direito da pessoa com surdez um ambiente escolar que faça uso da Língua de
Sinais e da Língua Portuguesa preferencialmente na modalidade escrita e que
tanto a sala de aula comum como a escola como um todo faça uso dessas duas
línguas concomitantemente, contribuindo para o desenvolvimento educacional da
PS. Assim sendo, devemos buscar melhorar a qualidade das práticas
didático-pedagógicas para PS, de maneira
a trabalhar e estimular sua percepção/cognição,
sua capacidade e potencialidades, sempre respeitando as suas especificidades e
singularidades.
Referências
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira
Macedo. Educação Escolar da Pessoa com Surdez: uma rápida contextualização
histórica. 2005.
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de
Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista
Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.