domingo, 9 de março de 2014

O AEE Para a Pessoa com Surdez


                   Tem sido um grande desafio para as instituições de ensino sejam elas de ordem pública ou privada, se adequar para o atendimento a pessoa com surdez na sala de aula comum aliada aos paradigmas políticos que regulamentam a inclusão dessa pessoa dentro desses espaços. Nesse sentido, faz-se necessário um olhar diferenciado para a inclusão da pessoa com surdez, para que consequentemente se abra um leque de possibilidades sócio-cultural e educacional e que consequentemente venha a suprir suas necessidades educacionais de um modo geral.
                   Dentro dessa perspectiva podemos acreditar na possibilidade irrefutável da inclusão da pessoa com surdez dentro do espaço escolar, nesse sentido garantindo seu ensino de forma organizada, através de uma pedagogia e de uma metodologia que garanta seu desenvolvimento intelectual, dentro de um ambiente agradável, onde haja interação entre o aluno e o professor, e que sempre que se fizer necessário esse professor se aproprie dos recursos e das metodologias que mais se adeque as necessidades e especificidades do aluno.
                   Assim sendo, se faz necessário o uso da “metodologia vivencial”, onde leva o aluno de acordo com Damázio; “aprender a aprender”. Assim sendo, podemos ver essa metodologia como sendo um norteador para o professor no sentido de favorecer o aluno com surdez, nesse caso através de uma abordagem bilíngue ou seja do ensino da Língua de Sinais e da língua Portuguesa de preferência na modalidade escrita.
                   É com esse pensamento que devemos organizar o AEE para a PS e promover a inclusão através da participação efetiva desse aluno nas atividades diárias realizadas dentro do contexto escolar, ou seja, garantindo o acesso e o uso das duas línguas que são indispensáveis para o atendimento ao aluno. Esse atendimento é composto de três momentos didáticos pedagógicos que são eles: o AEE em Libras, o AEE para o ensino de Libras e o AEE para o ensino da Língua Portuguesa escrita, como nos orienta Damazio, 2010:
Assim sendo, a organização didática do AEE PS é realizada mediante a formação do professor e do diagnóstico inicial do aluno com surdez. Em seguida, o professor elabora um plano AEE PS, envolvendo três momentos didáticos-pedagógicos: Atendimento Educacional Especializado em Libras; Atendimento Especializado para o ensino da Língua Portuguesa escrita; e o Atendimento Educacional Especializado para o ensino em Libras. Este plano de AEE PS deve respeitar o ambiente comunicacional das duas línguas e a participação ativa e interativa dos alunos com surdez, assegurando uma aprendizagem efetiva.  Damázio, 2010, p58.
                   O plano do AEE deverá ser elaborado de forma a promover a harmonização dentro do ambiente educacional onde haja comunicação entre as duas línguas, onde aconteça a interação e a participação efetiva do aluno com surdez, objetivando e garantindo sua aprendizagem escolar.
                   Sabemos que linguagem oral e a fala não são determinantes para o sucesso da aprendizagem, da mesma forma que a língua de sinais, ou seja, ambas não são de certa forma garantia para o sucesso do ensino e da aprendizagem. Porém, de acordo com o Decreto 5.626 de 5 de dezembro de 2005, é direito da pessoa com surdez um ambiente escolar que faça uso da Língua de Sinais e da Língua Portuguesa preferencialmente na modalidade escrita e que tanto a sala de aula comum como a escola como um todo faça uso dessas duas línguas concomitantemente, contribuindo para o desenvolvimento educacional da PS. Assim sendo, devemos buscar melhorar a qualidade das práticas didático-pedagógicas para  PS, de maneira a  trabalhar e estimular sua percepção/cognição, sua capacidade e potencialidades, sempre respeitando as suas especificidades e singularidades.

Referências
DAMÁZIO, Mirlene Ferreira Macedo. Educação Escolar da Pessoa com Surdez: uma rápida contextualização histórica. 2005.
DAMÁZIO, M. F. M.; FERREIRA, J. Educação Escolar de Pessoas com Surdez-Atendimento Educacional Especializado em Construção. Revista Inclusão: Brasília: MEC, V.5, 2010. p.46-57.

                  

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